“Praticamente tudo o que os nossos olhos veêm é comunicação visual, uma nuvem, uma flor, um desenho técnico, um sapato, um panfleto, uma libélula, um telegrama (excluindo o conteúdo), uma bandeira. Imagens que, como todas as outras, têm um valor diferente segundo o contexto em que estão inseridas, dando informações diferentes.”
Bruno Munari in Design e Comunicação Visual

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Percepción

A little bit of Gestalt...

A Gestalt, ou Psicologia da forma, nasceu por oposição à Psicologia do século XIX, que tinha por objecto os estados de consciência. Os gestalgistas criticam Wilhelm Wundt (1832-1920) e a sua tentativa de decompor os processos mentais nos seus elementos mais simples. Reagem contra esta concepção atomista e associacionista, invertendo o processo explicativo.

A teoria, criada pelos psicólogos alemães Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1940) defende que a psicologia deveria decompor os processos conscientes nos seus elementos constituintes e enunciar as leis que regem as suas combinações e relações. Os elementos mais simples seriam as sensações que, associadas, somadas, constituiriam a percepção. Enquanto os associacionistas partem das sensações elementares para construir as percepções, os gestaltistas partem das estruturas, das formas, defendendo que nós percepcionamos conjuntos organizados em totalidades. A teoria da forma defende que os fenómenos são percepcionados no seu todo, ou seja, sem haver uma dissociação dos seus elementos contextuais e parte deste todo para explicar as partes (enquanto que os associacionistas partiam das partes para explicar o todo).

“O todo é diferente da soma das partes”, é a expressão que caracteriza esta teoria de origem alemã.

Os fundadores da Gestalt consideravam o objectivo da Psicologia como sendo o estudo da experiência de um organismo, no seu todo, com ênfase na percepção, ocupando-se da análise dos elementos essenciais que existem nos processos de organização, reunindo os elementos da experiência numa unidade complexa. Também defendiam que o conhecimento do mundo e o nosso comportamento dependem e variam de acordo com aquilo que percepcionamos.


A ideia fundamental da Gestalt incide na tendência que nós, seres humanos, temos em vermos a figura com tendo boa qualidade sob as condições de estímulos, sendo por isso designada por lei da boa forma. Esta Gestalt define-se como sendo simétrica, simples, estável e organizada


Podemos, então, definir como princípios desta doutrina:


Emergência - Percepção da emergência da totalidade precede a identificação das partes


Construção generativa - "O todo é mais do que a soma das partes"


Multi-estabilidade - As experiências perceptíveis ambíguas são alternadamente globais e multi-estáveis


Invariância - Percepção dos objectos geométricos é invariante relativamente à distância e à perspectiva visual



Leis da Gestalt


Observando-se o comportamento espontâneo do cérebro durante o processo de percepção, chegou-se à elaboração de leis que regem esta faculdade de conhecer as formas, facilitando a compreensão das imagens e ideias. Os elementos constitutivos são agrupados de acordo com as características que possuem entre si, como semelhança, proximidade, entre outras. Estas normas podem ser resumidas como:


Segregação/figura-fundo - tendência para organizar as percepções do objecto que está a ser visto e do fundo sobre o qual ele aparece.


Proximidade – diz que perante elementos diversos, o ser humano tem tendência a agrupar aqueles que se encontram mais próximos. Objectos mais próximos uns dos outros inclinam-se a ser vistos como um grupo.


Semelhança – diz que perante elementos diversos, o ser humano tem tendência a agrupa-los por semelhanças. Objectos semelhantes tendem a permanecer juntos, seja nas cores, nas texturas ou nas impressões de massa destes elementos. Esta característica pode ser usada como factor de harmonia ou de desarmonia visual.


Pregnância - diz que todas as formas tendem a ser percebidas no seu caráter mais simples: uma espada e um escudo podem tornar-se uma recta e um círculo, e um homem pode ser um aglomerado de formas geométricas. É o princípio da simplificação natural da percepção. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada: desta forma, a parte mais facilmente compreendida num desenho é a mais regular, que requer menos simplificação. É o postulado da simplicidade natural da percepção, para melhor assimilação da imagem. É praticamente a lei mais importante.


(Boa) continuidade - há uma tendência para conectarmos os elementos de modo que eles apreçam contínuos ou flui numa dada direcção.


Área - A menor de duas figuras sobrepostas tende a ser interpretada como figura sobre a outro, enquanto a outra será entendida como fundo. Simetria - diz que perante elementos diversos, mesmo que distantes, o ser humano tende percepcioná-los com formas simétricas.


Fecho - o conceito relaciona-se com o fecho visual, como se completássemos visualmente um objeto incompleto. Ocorre geralmente quando o desenho do elemento sugere alguma extensão lógica.


Destino comum - objectos com movimento semelhante são percebidos em grupo.


Outros


Fontes:


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

It's About Time!


De facto, esta é a ocasião propícia a uma incursão mais séria no universo do design. Conto com algumas experiências, mais ou menos bem sucedidas, mas que não me satisfazem na totalidade pela carência de formação.

Importa agora lançar um olhar atento sobre os processos do design, sobre a linguagem gráfica e os seus elementos. Urge perceber o papel do design no registo gráfico da informação e na organização formal dos elementos que constituem o pensamento. Interessa entender o design de comunicação visual como a expressão planificada de um propósito e reflectir sobre as principais funções do design na sua componente didáctica, comunicacional e artística. Importa, sobretudo, descobrir os múltiplos impactos do design na sociedade.

Jornalista de profissão, encaro o design como um importante recurso, um complemento e um desafio.

Está na hora. E vem mesmo a tempo!