“Praticamente tudo o que os nossos olhos veêm é comunicação visual, uma nuvem, uma flor, um desenho técnico, um sapato, um panfleto, uma libélula, um telegrama (excluindo o conteúdo), uma bandeira. Imagens que, como todas as outras, têm um valor diferente segundo o contexto em que estão inseridas, dando informações diferentes.”
Bruno Munari in Design e Comunicação Visual

quinta-feira, 26 de maio de 2011

FMI's Inphographics


O tema que escolhi para desenvolver a minha infografia não podia ser mais actual: as "visitas" do Fundo Monetário Internacional (FMI) a Portugal em 1977, 1983 e 2011.
A recolha de informação já está pronta. Agora é só pôr mãos à obra para conceber uma infografia apelativa, bem estruturada e, sobretudo, com valor jornalístico de relevo.
Mais desenvolvimentos em breve!

sábado, 21 de maio de 2011

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Elementos básicos e técnicas da comunicação visual | Trabalho Final

“Sempre que alguma coisa é projectada e feita, esboçada e pintada,
desenhada, rabiscada, construída, esculpida ou gesticulada,
a substância visual da obra é composta a partir de uma lista básica de elementos”.

Donis A. Dondis

A primeira proposta de trabalho tinha por objectivo a elaboração de uma composição que fosse a interpretação visual da música por nós escolhida para tema. Esta devia ser constituída pelos elementos básicos da comunicação visual, organizados segundo as técnicas da comunicação visual.
Donis A. Dondis refere na sua obra A sintaxe da linguagem visual que “os elementos visuais constituem a substância básica daquilo que vemos, o seu número é reduzido: o ponto, a linha, a forma, a direcção, o tom, a cor, a textura, a forma, a escala e o movimento”.
Um desafio enorme, principalmente quando aliado aos famosíssimos concertos As Quatro Estações de Vivaldi.
A grande aposta foi na força da cor. Por isso, comecei por desenvolver um dégradé que permitisse estabelecer um continuum quando os quadrados estivessem unidos, pela ordem natural das estações do ano: Primavera, Verão, Outono e Inverno.


Depois, foi dar asas à imaginação e utilizar os elementos básicos e as técnicas da comunicação visual como meios de expressão. Vejamos!

Primavera



Memória Descritiva
Na composição da Primavera tentei ressaltar a sua principal característica: o reflorescimento da flora e da fauna terrestres. As cores utilizadas expressam a vida das flores, o frescor das árvores viçosas, o colorido que marca a estação. Cores suaves que espelham a suavidade da Primavera e dos acordes da música. A sua junção gera uma estética alegre e completa, provocando assim uma sensação de leveza, tranquilidade e, ao mesmo tempo, uma breve agitação.
O tom vem reforçar a cor e imprimir luminosidade e dimensão.
A linha foi também utilizada. As linhas, simulando flores, esvoaçam levadas pela brisa, definindo trajectórias e despertando a sensação de movimento e liberdade dentro da composição.
O movimento, sem dúvida, marca presença na composição, com o fim de transmitir a cadência da música, langorosa, só interrompida pelo "ladrido" do violino, bem como a clareza, a simplicidade.
A direcção, quer horizontal-vertical (utilizada no quadrado), quer a curva (no círculo) foi tida em conta. A referência horizontal-vertical foi utilizada pelo seu carácter de bem-estar e estabilidade em todas as questões visuais. A referência curva foi utilizada pelo seu significado associado à abrangência e repetição, os quais se ligam a repetição de tons e sensações provocados pela música.
No que diz respeito às técnicas da comunicação visual, foi utilizada nesta composição a simplicidade, técnica visual que envolve a imediatez e a uniformidade da forma elementar, livre de complicações ou elaborações secundárias. Actividade e espontaneidade são também bem visíveis na composição, como técnicas intrínsecas ao movimento, liberdade, estímulo e energia, muito próprios deste concerto. No âmbito da coerência e uniformidade surge ainda a estabilidade.

Verão


Memória Descritiva
Verão é calor, sol abrasador e, muitas vezes, dias de tempestade. "Mas os ventos ameaçadores de norte subitamente aparecem / o pastor treme temendo a violenta tempestade e o seu destino" (excerto do poema que acompanha o concerto). Daí as cores fortes e vivas, em tonalidade ascendente de intensidade. Trata-se de uma composição tonal que pretende transmitir calor, luz.
Como contraste à languidão inicial surgem as linhas fortes e irrequietas que marcam a tempestade que eclode no terceiro movimento. Este elemento básico alia-se aos acordes do violino furioso e traça a trajectória do tempo.
O movimento está implícito na composição, com o fim de transmitir a cadência da música e a violência dos relâmpagos.
Tal como nas composições da Primavera, as direcções horizontal-vertical e curva foram tidas em conta. No quadrado, a tempestade surge do topo, enquanto que no círculo é do centro que saem os raios.
Relativamente às técnicas da comunicação visual, foi utilizada nesta composição a instabilidade, formação visual extremamente inquietante e provocadora, bem como a profusão, no sentido de realçar a direcção e intensificar a violência da tempestade.
Actividade e espontaneidade estão também patentes na composição, como técnicas intrínsecas ao movimento, liberdade, estímulo e energia, muito próprios deste concerto. Por fim, surge a agudeza, através da utilização de contornos rígidos.

Outono



Memória Descritiva
Na dança das notas e dos camponeses para celebrar a colheita surge a composição visual do Outono. Esta é a estação, por excelência, da queda das folhas e das frutas que já estão maduras. A cor assume, aqui também, um papel importantíssimo. O castanho, cor da Terra, significa maturidade, consciência e responsabilidade, mas igualmente, conforto, estabilidade e simplicidade. Já o vermelho, cor quente e viva, representa a cor das folhas e dos frutos que caem das árvores para renascerem na Primavera.
O tom vem reforçar a cor e imprimir luminosidade e dimensão.
A linha utilizada para simular as folhas, caem conduzidas pelo vento outonal, definindo trajectórias e despertando a sensação de movimento e liberdade dentro da composição.
O movimento está também presente na composição, com o fim de transmitir a cadência da música alegre e compassada.
A direcção horizontal-vertical (utilizada no quadrado), e a curva (no círculo) determinou a orientação da queda das folhas. No quadrado, estas caem desordenadamente de cima para baixo. Já no círculo, as folhas acompanham, na sua queda, o contorno circular.
No que diz respeito às técnicas da comunicação visual, foi utilizada nesta composição a simplicidade, técnica visual uniforme, livre de complicações ou elaborações secundárias. Actividade e espontaneidade são também visíveis na composição, como formações visuais que sugerem movimento e liberdade. A estabilidade surge na sequência da procura da coerência e da uniformidade na composição visual.

Inverno


Memória Descritiva
O Inverno traz consigo o frio e o "bater de dentes". Nesta composição, a cor azul, a mais fria das cores frias, na sua gradação tonal remete-nos para o gelo, para o frio impresso pelos ventos invernais. O cravo e o violino marcam o compasso com notas cortantes como o vento gélido.
Numa composição mais estática, comparativamente com as restantes, a linha grossa e forte assume um papel preponderante, formando uma "mancha de gelo" que penetra profundamente na imagem.
Também a direcção, quer horizontal-vertical (utilizada no quadrado), quer curva (no círculo) foi utilizada intencionalmente. A referência horizontal-vertical pode verificar-se na mancha gelada colocada no topo e no fundo do quadrado. Já no círculo esta é circular.
A simplicidade foi uma das técnicas da comunicação visual utilizadas, marcada pela uniformidade da forma elementar, livre de complicações ou elaborações secundárias. A estabilidade também marca presença na composição, no âmbito da coerência e uniformidade imagética.

terça-feira, 10 de maio de 2011

quarta-feira, 4 de maio de 2011

That's INFOGRAFIA

Do ponto de vista etimológico, o termo infografia procede da união da informação e do gráfico, do grafismo.
Antonio Piñuela Perea (1994) considera que “a infografia é o processo que gera gráficos e ilustrações como um elemento informativo global e independente de um jornal ou revista”.
Para Piñuela, a infografia já existia antes mesmo que se inventassem os computadores, embora avançasse e melhorasse com a chegada dos mesmos. Ele também utiliza a seguinte definição: “a infografia é a criação e/ou a manipulação da imagem usando o computador e cujas aplicações podem ser orientadas para diversos campos” (1993).
Para Félix Pacho Reyero (1992) a infografia seria “um tratamento gráfico original e da história da informação por meios computadorizados”. Mas no final das contas, a infografia é “a aplicação do grafismo à comunicação” (DELICADO, Javier, 1991).
Mas na sua definição mais simples, infografia é a apresentação impressa do binómio imagem + texto, qualquer que seja a base – impressa, online ou televisiva. Outras definições adicionam mais detalhes. Infográfico, infograma ou mesmo diagrama é uma expressão gráfica contendo factos ou acontecimentos, a explicação de como algo funciona, ou a informação de como é uma coisa (Peltzer, 1991).
Enfim, infografias são quadros informativos que misturam texto e ilustração para transmitir uma informação visualmente. Ao invés de narrar utilizando apenas palavras, o infográfico mostra a notícia como ela é, com detalhes relevantes e forte apelo visual.

A infografia é, no fundo, a representação visual e pictórica de dados e estatísticas.
É possível, então, dizer que a infografia é uma espécie de "desenho da informação" - este, no seu sentido mais amplo, consiste na selecção, organização e apresentação da informação para uma determinada audiência. (Wildbur e Burke, 1998)
A informação em si pode remeter-se praticamente a qualquer campo, desde mapas históricos até um conjunto de dados estatísticos.


Jornalismo para os artistas e arte para os jornalistas
A ilustração técnica e informativa é uma forma diferente e interactiva de informar o leitor. Quando bem aplicada, melhora a recepção do público a um determinado assunto.
Na área de jornalismo a infografia tende a ser usada para a descrição e narração. É comum descrever como aconteceu um facto e as suas consequências utilizando um infograma.
Como disse Michael Keegan (director de arte do Washington Post, em entrevista para Gemma Ferreres, 1994): “Os infográficos não são somente para decorar a página. São cuidadosamente planeados para esclarecer uma informação na história”.
O objectivo primordial é informar melhor o leitor utilizando gráficos e ilustrações. Esses diagramas são usados onde a informação precisa ser explicada de forma mais dinâmica, entre outras necessidades, como em mapas, notícias jornalísticas (em jornal, revista, web ou televisão) e manuais técnicos, educativos ou científicos.
Javier Delicado (1991), um dos defensores desta postura, crê que não podemos considerar a infografia como arte, pois “as suas metas não são espirituais e sim comunicativas”. Para este autor a infografia é antes de tudo “um fenómeno comunicacional, uma forma de pré-digerir a informação graficamente para facilitar sua assimilação”. Ou seja, o objectivo é facilitar ao máximo ao receptor a mensagem que é enviada. E isso é feito de forma gráfica e ilustrada, com o intuito principal de educar.


A infografia no Jornalismo
Com os jornais a popularizar a informação gráfica, a infografia teve a sua importância aumentada progressivamente como um complemento para melhor explicar alguns pontos de vista apontados no texto. Um marco para o desenvolvimento da infografia no jornalismo mundial foi a Guerra do Golfo Pérsico, pois foi quando a ausência de fotografias para adição de informação exigia algo mais para complementar a notícia (De Pablos, 1999).
O uso de diagrama foi um recurso adoptado pela maioria dos jornais, dando início ao conceito Infojornalismo. O chefe de infografia do jornal El Pais, Jordi Clapers, considera que a infografia é uma representação visual e sequencial da notícia, informação, facto, acontecimento ou tema jornalístico. Já para Raymond Colle (1993) uma infografia é uma unidade espacial que utiliza combinação de códigos icónicos e verbais para dar uma informação ampla e precisa, para a qual um discurso verbal resultaria mais complexo e requereria mais espaço.

Elementos básicos da infografia
A estrutura básica de uma infografia deve conter Título, Texto, Corpo e Fonte (Leturia, 1998), responder às questões básicas de construção da notícia e conter elementos de uma narração (Borras e Caritá, 2000).
O Título deve expressar o que está contido no quadro.
O Texto serve para fazer compreender, mas não ser redundante à matéria.
O Corpo é a própria informação visual – as imagens, as fotos ou as figuras numeradas.
A Fonte é o que garante a fidelidade, a veracidade da informação.


Quando utilizar
A infografia tem como papel facilitar a comunicação, estender o potencial de entendimento pelos leitores, permitir uma visão geral dos acontecimentos e detalhar informações menos familiares ao público.
É perceptível que os grandes acontecimentos – tais como guerras, catástrofes e descobertas científicas – merecem um tratamento infográfico maior nos meios de comunicação. Mas é necessário lembrar que não se deve infografar sempre. Há alguns casos em que o jornalista deve fazer o uso da infografia, como quando não há fotografias referentes à notícia ou quando a fotografia existente não passa informação suficiente; quando a notícia se encontra rodeada de mistério; para dar uma explicação mais detalhada, minuciosa; para mostrar o interior de uma construção; quando o acontecimento tem relação com um movimento (como por exemplo, um acidente); para explicar um desporto; para informar fenómenos espaciais ou naturais; para destacar, salientar detalhes; para divulgar factos culturais tais como um espectáculo circense; para apresentar um estratégia usada por um exército; para aconselhar e alertar a população sobre os perigos de certas atitudes; para comparar tamanhos e dimensões; etc…
De acordo com Jordi Clapers (1998), se a síntese coerente de uma notícia for o conteúdo da infografia, qualquer tema jornalístico pode ser infografado. E uma boa infografia é aquela que gera sentido independentemente do artigo, sem ser redundante quando aliado a um texto, buscando sempre outra visão, outra perspectiva, auxiliando o leitor a compreender o conteúdo da notícia e permite uma leitura facilitada juntamente a uma generalidade do assunto.
Roger Cook, presidente da Cook & Shanosky Associates, diz que a missão do infografista se resume em ‘Informar com Impacto’. Para isso, sempre haverá obstáculos a serem ultrapassados. Se o diagrama atrapalhar a mensagem do cliente, então obviamente houve uma falha. Se o leitor não conseguir capturar a informação em frações de segundos, então a missão falhou. Não importa quão trabalhada e atrativa seja a tabela, o gráfico, o mapa ou o pictograma. É imprescindível que haja uma conexão veloz entre o olho e o cérebro que não atrapalhe o entendimento.

“Diagramas são uma linguagem alternativa que traduz complexidade em clareza em um tempo que as pessoas esquematizam mais e lêem menos. Na verdade, por mais que alguém possa tentar resistir, estamos gradualmente transformando-nos de uma sociedade baseada na escrita para uma sociedade visualmente orientada” (Cook, 1996).

Por fim, Richard Saul Wurman, designer gráfico, diz que “o reino do entendimento é governado por um imperador, o Infográfico”. E que nos diagramas, a complexidade é digerida em clareza, o tempo é feito para ser parado e observado em uma linha de tempo, coisas de valores incomparáveis se tornam comparativas para serem analisadas e as localidades se tornam facilmente orientáveis.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Cor | Trabalho final

The whole world, as we experience it visually,
comes to us through the mystic realm of color.
Hans Hofmann (1880-1966)

Original

Modificado



Memória Descritiva

A terceira proposta de trabalho consiste na alteração de cor, dando novos significados às imagens escolhidas. Assim se torna perceptível a importância desse elemento na comunicação visual.
A fotografia original apresenta cores vivas e quentes como o vermelho das flores, o azul apaziguador do céu e o verde fulgurante da relva. O vermelho é a cor da paixão e do sentimento. Simboliza o amor, o desejo. O azul transmite a ideia de subtileza, mas também do ideal e do sonho. Esta cor alia-se ao espírito e ao pensamento. A cor verde representa o frescor, a esperança e a calma. Cores que concorrem para a formação de um cenário idílico, dominado pela vida, pela liberdade, pela espontaneidade, pela paz, reveladora de tranquilidade.

Na fotografia manipulada optei por priveligiar os tons de cinza, conotados com o medo, a depressão, o desânimo, a natureza morta. O púrpura das flores corrobora estes sentimentos. O azul e o verde, antes vivos, apresentam-se agora esbatidos, carregados no seu simbolismo de soturnidade.

De uma imagem alegre, viva, que transparece liberdade e confiança surge uma outra bastante mais misteriosa, oculta, que inquieta e intimida.




Original

Modificado


Memória Descritiva

A segunda proposta de alteração de cor é a capa da revista Visão, de 8 a 14 de Janeiro de 2009. O destaque principal "Tragédia sem fim" remete-nos para o conflito entre Israel e o Hamas.

Recorde-se que as Forças de Defesa de Israel iniciaram a 27 de Dezembro de 2008 uma ofensiva contra a faixa de Gaza, território palestino com 1,5 milhão de habitantes dominado pelo grupo radical islâmico Hamas. O objectivo declarado da operação é eliminar a capacidade do Hamas de atacar as cidades israelitas próximas à fronteira.
Os bombardeios começaram oito dias depois do fim de uma trégua de seis meses (iniciada em Junho de 2008) mediada pelo Egipto, que não foi renovada, no meio a acusações mútuas de desrespeito aos termos do acordo.

Por se tratar de um assunto sério, de contornos trágicos, a Visão produziu uma capa sóbria, simples, com lettering preto, em fundo branco. O preto está, neste caso, associado à ideia de morte, luto ou terror e o branco, na sua simplicidade pacificadora, complementa o quadro imagético pretendido. Já o vermelho forte e vivo é apanágio da marca Visão.
As cores desta capa, em si mesmas, representam a integridade, a confiança, a sociabilidade, a sobriedade, a cautela e o idealismo.
Alterar a cor do lettering Visão é desmanchar a idiossincrasia da capa. De facto, as letras vermelhas são a imagem da marca. Daí ter sido a minha primeira alteração. O vermelho foi substituído pelo azul, bastante mais frio. De seguida substituí o preto das parangonas, pelo rosa, contrariamente mais quente. Portanto, inverter o papel das cores. O background "pintei-o" de azul claro para dar à capa um ar mais alegre, em contrante com a ambiência negra transmitida pela fotografia. Desta forma, todo o sentido da imagem fica disconexo e irónico.



Original

Modificado


Memória Descritiva

Os cartazes publicitários da Benetton ficarão para a história e serão reconhecidos em qualquer parte do mundo pela sua publicidade irreverente. A Benetton não foge aos assuntos quentes da actualidade e utiliza-os frequentemente para incorporar os seus cartazes com mensagens fortes de crítica social. Assuntos como o racismo, a discriminação sexual ou a violência doméstica são várias vezes atacados na publicidade da Benetton, normalmente reforçada por imagens fortes e penetrantes.
O cartaz alvo de modificação, datado de 1994, representa a roupa de um jovem soldado bósnio morto em combate. Tal como é característico das campanhas deste anunciante, a linguagem, apesar de ser apenas visual, é violenta. No caso apresentado, o cartaz foca o tema da guerra e alerta para o perigo da participação nesta.
A t-shirt e as calças de um jovem soldado estão tingidas de sangue e a t-shirt apresenta ainda um buraco resultante de um tiro. O vermelho do sangue assume preponderância nesta construção imagética, remetendo para a violência, a agressividade e o poder. Ao substituí-lo a imagem perde toda a carga simbólica intrínseca. O azul escuro, conotado com a tibiez, a falta de coragem ou a monotonia vem alterar profundamente a mensagem.

Também as calças, agora pinceladas de verde, rosa e vermelho, deixam de ter o padrão próprio do serviço militar para possuir uma mescla de tons coloridos e irreverentes, próprios da juventude. Um conjunto que em nada aponta para a mensagem inicial, mas para um look descontraído, marcado pelo colorido e pela mistura alegre de tons.

A última alteração foi feita na cor do logótipo da Benetton. O rectângulo verde característico da marca foi substituído pelo cinza que faz com que este não seja imediatamente reconhecido.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A Cor no dia-a-dia

Conforme exigido na Proposta de Trabalho 03, aqui ficam alguns exemplos do dia-a-dia nos quais a cor desempenha um papel determinante na comunicação visual do significado dos mesmos.