quinta-feira, 26 de maio de 2011
FMI's Inphographics
sábado, 21 de maio de 2011
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Elementos básicos e técnicas da comunicação visual | Trabalho Final
desenhada, rabiscada, construída, esculpida ou gesticulada,
a substância visual da obra é composta a partir de uma lista básica de elementos”.
Donis A. Dondis
Donis A. Dondis refere na sua obra A sintaxe da linguagem visual que “os elementos visuais constituem a substância básica daquilo que vemos, o seu número é reduzido: o ponto, a linha, a forma, a direcção, o tom, a cor, a textura, a forma, a escala e o movimento”.
Um desafio enorme, principalmente quando aliado aos famosíssimos concertos As Quatro Estações de Vivaldi.
A grande aposta foi na força da cor. Por isso, comecei por desenvolver um dégradé que permitisse estabelecer um continuum quando os quadrados estivessem unidos, pela ordem natural das estações do ano: Primavera, Verão, Outono e Inverno.
Depois, foi dar asas à imaginação e utilizar os elementos básicos e as técnicas da comunicação visual como meios de expressão. Vejamos!
Primavera
Na composição da Primavera tentei ressaltar a sua principal característica: o reflorescimento da flora e da fauna terrestres. As cores utilizadas expressam a vida das flores, o frescor das árvores viçosas, o colorido que marca a estação. Cores suaves que espelham a suavidade da Primavera e dos acordes da música. A sua junção gera uma estética alegre e completa, provocando assim uma sensação de leveza, tranquilidade e, ao mesmo tempo, uma breve agitação.
O tom vem reforçar a cor e imprimir luminosidade e dimensão.
A linha foi também utilizada. As linhas, simulando flores, esvoaçam levadas pela brisa, definindo trajectórias e despertando a sensação de movimento e liberdade dentro da composição.
O movimento, sem dúvida, marca presença na composição, com o fim de transmitir a cadência da música, langorosa, só interrompida pelo "ladrido" do violino, bem como a clareza, a simplicidade.
A direcção, quer horizontal-vertical (utilizada no quadrado), quer a curva (no círculo) foi tida em conta. A referência horizontal-vertical foi utilizada pelo seu carácter de bem-estar e estabilidade em todas as questões visuais. A referência curva foi utilizada pelo seu significado associado à abrangência e repetição, os quais se ligam a repetição de tons e sensações provocados pela música.
No que diz respeito às técnicas da comunicação visual, foi utilizada nesta composição a simplicidade, técnica visual que envolve a imediatez e a uniformidade da forma elementar, livre de complicações ou elaborações secundárias. Actividade e espontaneidade são também bem visíveis na composição, como técnicas intrínsecas ao movimento, liberdade, estímulo e energia, muito próprios deste concerto. No âmbito da coerência e uniformidade surge ainda a estabilidade.
Memória Descritiva
Verão é calor, sol abrasador e, muitas vezes, dias de tempestade. "Mas os ventos ameaçadores de norte subitamente aparecem / o pastor treme temendo a violenta tempestade e o seu destino" (excerto do poema que acompanha o concerto). Daí as cores fortes e vivas, em tonalidade ascendente de intensidade. Trata-se de uma composição tonal que pretende transmitir calor, luz.
Como contraste à languidão inicial surgem as linhas fortes e irrequietas que marcam a tempestade que eclode no terceiro movimento. Este elemento básico alia-se aos acordes do violino furioso e traça a trajectória do tempo.
O movimento está implícito na composição, com o fim de transmitir a cadência da música e a violência dos relâmpagos.
Tal como nas composições da Primavera, as direcções horizontal-vertical e curva foram tidas em conta. No quadrado, a tempestade surge do topo, enquanto que no círculo é do centro que saem os raios.
Relativamente às técnicas da comunicação visual, foi utilizada nesta composição a instabilidade, formação visual extremamente inquietante e provocadora, bem como a profusão, no sentido de realçar a direcção e intensificar a violência da tempestade.
Actividade e espontaneidade estão também patentes na composição, como técnicas intrínsecas ao movimento, liberdade, estímulo e energia, muito próprios deste concerto. Por fim, surge a agudeza, através da utilização de contornos rígidos.
Outono
Memória Descritiva
Na dança das notas e dos camponeses para celebrar a colheita surge a composição visual do Outono. Esta é a estação, por excelência, da queda das folhas e das frutas que já estão maduras. A cor assume, aqui também, um papel importantíssimo. O castanho, cor da Terra, significa maturidade, consciência e responsabilidade, mas igualmente, conforto, estabilidade e simplicidade. Já o vermelho, cor quente e viva, representa a cor das folhas e dos frutos que caem das árvores para renascerem na Primavera.
O tom vem reforçar a cor e imprimir luminosidade e dimensão.
A linha utilizada para simular as folhas, caem conduzidas pelo vento outonal, definindo trajectórias e despertando a sensação de movimento e liberdade dentro da composição.
O movimento está também presente na composição, com o fim de transmitir a cadência da música alegre e compassada.
A direcção horizontal-vertical (utilizada no quadrado), e a curva (no círculo) determinou a orientação da queda das folhas. No quadrado, estas caem desordenadamente de cima para baixo. Já no círculo, as folhas acompanham, na sua queda, o contorno circular.
No que diz respeito às técnicas da comunicação visual, foi utilizada nesta composição a simplicidade, técnica visual uniforme, livre de complicações ou elaborações secundárias. Actividade e espontaneidade são também visíveis na composição, como formações visuais que sugerem movimento e liberdade. A estabilidade surge na sequência da procura da coerência e da uniformidade na composição visual.
Inverno
Memória Descritiva
O Inverno traz consigo o frio e o "bater de dentes". Nesta composição, a cor azul, a mais fria das cores frias, na sua gradação tonal remete-nos para o gelo, para o frio impresso pelos ventos invernais. O cravo e o violino marcam o compasso com notas cortantes como o vento gélido.
Numa composição mais estática, comparativamente com as restantes, a linha grossa e forte assume um papel preponderante, formando uma "mancha de gelo" que penetra profundamente na imagem.
Também a direcção, quer horizontal-vertical (utilizada no quadrado), quer curva (no círculo) foi utilizada intencionalmente. A referência horizontal-vertical pode verificar-se na mancha gelada colocada no topo e no fundo do quadrado. Já no círculo esta é circular.
A simplicidade foi uma das técnicas da comunicação visual utilizadas, marcada pela uniformidade da forma elementar, livre de complicações ou elaborações secundárias. A estabilidade também marca presença na composição, no âmbito da coerência e uniformidade imagética.
terça-feira, 10 de maio de 2011
quarta-feira, 4 de maio de 2011
That's INFOGRAFIA
Antonio Piñuela Perea (1994) considera que “a infografia é o processo que gera gráficos e ilustrações como um elemento informativo global e independente de um jornal ou revista”.
Para Piñuela, a infografia já existia antes mesmo que se inventassem os computadores, embora avançasse e melhorasse com a chegada dos mesmos. Ele também utiliza a seguinte definição: “a infografia é a criação e/ou a manipulação da imagem usando o computador e cujas aplicações podem ser orientadas para diversos campos” (1993).
Para Félix Pacho Reyero (1992) a infografia seria “um tratamento gráfico original e da história da informação por meios computadorizados”. Mas no final das contas, a infografia é “a aplicação do grafismo à comunicação” (DELICADO, Javier, 1991).
Mas na sua definição mais simples, infografia é a apresentação impressa do binómio imagem + texto, qualquer que seja a base – impressa, online ou televisiva. Outras definições adicionam mais detalhes. Infográfico, infograma ou mesmo diagrama é uma expressão gráfica contendo factos ou acontecimentos, a explicação de como algo funciona, ou a informação de como é uma coisa (Peltzer, 1991).
Enfim, infografias são quadros informativos que misturam texto e ilustração para transmitir uma informação visualmente. Ao invés de narrar utilizando apenas palavras, o infográfico mostra a notícia como ela é, com detalhes relevantes e forte apelo visual.
A infografia é, no fundo, a representação visual e pictórica de dados e estatísticas.
É possível, então, dizer que a infografia é uma espécie de "desenho da informação" - este, no seu sentido mais amplo, consiste na selecção, organização e apresentação da informação para uma determinada audiência. (Wildbur e Burke, 1998)
A informação em si pode remeter-se praticamente a qualquer campo, desde mapas históricos até um conjunto de dados estatísticos.
Jornalismo para os artistas e arte para os jornalistas
A ilustração técnica e informativa é uma forma diferente e interactiva de informar o leitor. Quando bem aplicada, melhora a recepção do público a um determinado assunto.
Na área de jornalismo a infografia tende a ser usada para a descrição e narração. É comum descrever como aconteceu um facto e as suas consequências utilizando um infograma.
Como disse Michael Keegan (director de arte do Washington Post, em entrevista para Gemma Ferreres, 1994): “Os infográficos não são somente para decorar a página. São cuidadosamente planeados para esclarecer uma informação na história”.
O objectivo primordial é informar melhor o leitor utilizando gráficos e ilustrações. Esses diagramas são usados onde a informação precisa ser explicada de forma mais dinâmica, entre outras necessidades, como em mapas, notícias jornalísticas (em jornal, revista, web ou televisão) e manuais técnicos, educativos ou científicos.
Javier Delicado (1991), um dos defensores desta postura, crê que não podemos considerar a infografia como arte, pois “as suas metas não são espirituais e sim comunicativas”. Para este autor a infografia é antes de tudo “um fenómeno comunicacional, uma forma de pré-digerir a informação graficamente para facilitar sua assimilação”. Ou seja, o objectivo é facilitar ao máximo ao receptor a mensagem que é enviada. E isso é feito de forma gráfica e ilustrada, com o intuito principal de educar.
A infografia no Jornalismo
Com os jornais a popularizar a informação gráfica, a infografia teve a sua importância aumentada progressivamente como um complemento para melhor explicar alguns pontos de vista apontados no texto. Um marco para o desenvolvimento da infografia no jornalismo mundial foi a Guerra do Golfo Pérsico, pois foi quando a ausência de fotografias para adição de informação exigia algo mais para complementar a notícia (De Pablos, 1999).
O uso de diagrama foi um recurso adoptado pela maioria dos jornais, dando início ao conceito Infojornalismo. O chefe de infografia do jornal El Pais, Jordi Clapers, considera que a infografia é uma representação visual e sequencial da notícia, informação, facto, acontecimento ou tema jornalístico. Já para Raymond Colle (1993) uma infografia é uma unidade espacial que utiliza combinação de códigos icónicos e verbais para dar uma informação ampla e precisa, para a qual um discurso verbal resultaria mais complexo e requereria mais espaço.
Elementos básicos da infografia
A estrutura básica de uma infografia deve conter Título, Texto, Corpo e Fonte (Leturia, 1998), responder às questões básicas de construção da notícia e conter elementos de uma narração (Borras e Caritá, 2000).
O Título deve expressar o que está contido no quadro.
O Texto serve para fazer compreender, mas não ser redundante à matéria.
O Corpo é a própria informação visual – as imagens, as fotos ou as figuras numeradas.
A Fonte é o que garante a fidelidade, a veracidade da informação.
Quando utilizar
A infografia tem como papel facilitar a comunicação, estender o potencial de entendimento pelos leitores, permitir uma visão geral dos acontecimentos e detalhar informações menos familiares ao público.
É perceptível que os grandes acontecimentos – tais como guerras, catástrofes e descobertas científicas – merecem um tratamento infográfico maior nos meios de comunicação. Mas é necessário lembrar que não se deve infografar sempre. Há alguns casos em que o jornalista deve fazer o uso da infografia, como quando não há fotografias referentes à notícia ou quando a fotografia existente não passa informação suficiente; quando a notícia se encontra rodeada de mistério; para dar uma explicação mais detalhada, minuciosa; para mostrar o interior de uma construção; quando o acontecimento tem relação com um movimento (como por exemplo, um acidente); para explicar um desporto; para informar fenómenos espaciais ou naturais; para destacar, salientar detalhes; para divulgar factos culturais tais como um espectáculo circense; para apresentar um estratégia usada por um exército; para aconselhar e alertar a população sobre os perigos de certas atitudes; para comparar tamanhos e dimensões; etc…
De acordo com Jordi Clapers (1998), se a síntese coerente de uma notícia for o conteúdo da infografia, qualquer tema jornalístico pode ser infografado. E uma boa infografia é aquela que gera sentido independentemente do artigo, sem ser redundante quando aliado a um texto, buscando sempre outra visão, outra perspectiva, auxiliando o leitor a compreender o conteúdo da notícia e permite uma leitura facilitada juntamente a uma generalidade do assunto.
Roger Cook, presidente da Cook & Shanosky Associates, diz que a missão do infografista se resume em ‘Informar com Impacto’. Para isso, sempre haverá obstáculos a serem ultrapassados. Se o diagrama atrapalhar a mensagem do cliente, então obviamente houve uma falha. Se o leitor não conseguir capturar a informação em frações de segundos, então a missão falhou. Não importa quão trabalhada e atrativa seja a tabela, o gráfico, o mapa ou o pictograma. É imprescindível que haja uma conexão veloz entre o olho e o cérebro que não atrapalhe o entendimento.
“Diagramas são uma linguagem alternativa que traduz complexidade em clareza em um tempo que as pessoas esquematizam mais e lêem menos. Na verdade, por mais que alguém possa tentar resistir, estamos gradualmente transformando-nos de uma sociedade baseada na escrita para uma sociedade visualmente orientada” (Cook, 1996).
Por fim, Richard Saul Wurman, designer gráfico, diz que “o reino do entendimento é governado por um imperador, o Infográfico”. E que nos diagramas, a complexidade é digerida em clareza, o tempo é feito para ser parado e observado em uma linha de tempo, coisas de valores incomparáveis se tornam comparativas para serem analisadas e as localidades se tornam facilmente orientáveis.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Cor | Trabalho final
Hans Hofmann (1880-1966)
Original
Memória Descritiva
A terceira proposta de trabalho consiste na alteração de cor, dando novos significados às imagens escolhidas. Assim se torna perceptível a importância desse elemento na comunicação visual.
A fotografia original apresenta cores vivas e quentes como o vermelho das flores, o azul apaziguador do céu e o verde fulgurante da relva. O vermelho é a cor da paixão e do sentimento. Simboliza o amor, o desejo. O azul transmite a ideia de subtileza, mas também do ideal e do sonho. Esta cor alia-se ao espírito e ao pensamento. A cor verde representa o frescor, a esperança e a calma. Cores que concorrem para a formação de um cenário idílico, dominado pela vida, pela liberdade, pela espontaneidade, pela paz, reveladora de tranquilidade.
Na fotografia manipulada optei por priveligiar os tons de cinza, conotados com o medo, a depressão, o desânimo, a natureza morta. O púrpura das flores corrobora estes sentimentos. O azul e o verde, antes vivos, apresentam-se agora esbatidos, carregados no seu simbolismo de soturnidade.
De uma imagem alegre, viva, que transparece liberdade e confiança surge uma outra bastante mais misteriosa, oculta, que inquieta e intimida.
Original
Modificado
Memória Descritiva
A segunda proposta de alteração de cor é a capa da revista Visão, de 8 a 14 de Janeiro de 2009. O destaque principal "Tragédia sem fim" remete-nos para o conflito entre Israel e o Hamas.
Recorde-se que as Forças de Defesa de Israel iniciaram a 27 de Dezembro de 2008 uma ofensiva contra a faixa de Gaza, território palestino com 1,5 milhão de habitantes dominado pelo grupo radical islâmico Hamas. O objectivo declarado da operação é eliminar a capacidade do Hamas de atacar as cidades israelitas próximas à fronteira.
Os bombardeios começaram oito dias depois do fim de uma trégua de seis meses (iniciada em Junho de 2008) mediada pelo Egipto, que não foi renovada, no meio a acusações mútuas de desrespeito aos termos do acordo.
Por se tratar de um assunto sério, de contornos trágicos, a Visão produziu uma capa sóbria, simples, com lettering preto, em fundo branco. O preto está, neste caso, associado à ideia de morte, luto ou terror e o branco, na sua simplicidade pacificadora, complementa o quadro imagético pretendido. Já o vermelho forte e vivo é apanágio da marca Visão.
As cores desta capa, em si mesmas, representam a integridade, a confiança, a sociabilidade, a sobriedade, a cautela e o idealismo.
Alterar a cor do lettering Visão é desmanchar a idiossincrasia da capa. De facto, as letras vermelhas são a imagem da marca. Daí ter sido a minha primeira alteração. O vermelho foi substituído pelo azul, bastante mais frio. De seguida substituí o preto das parangonas, pelo rosa, contrariamente mais quente. Portanto, inverter o papel das cores. O background "pintei-o" de azul claro para dar à capa um ar mais alegre, em contrante com a ambiência negra transmitida pela fotografia. Desta forma, todo o sentido da imagem fica disconexo e irónico.
Original
Memória Descritiva
Os cartazes publicitários da Benetton ficarão para a história e serão reconhecidos em qualquer parte do mundo pela sua publicidade irreverente. A Benetton não foge aos assuntos quentes da actualidade e utiliza-os frequentemente para incorporar os seus cartazes com mensagens fortes de crítica social. Assuntos como o racismo, a discriminação sexual ou a violência doméstica são várias vezes atacados na publicidade da Benetton, normalmente reforçada por imagens fortes e penetrantes.
O cartaz alvo de modificação, datado de 1994, representa a roupa de um jovem soldado bósnio morto em combate. Tal como é característico das campanhas deste anunciante, a linguagem, apesar de ser apenas visual, é violenta. No caso apresentado, o cartaz foca o tema da guerra e alerta para o perigo da participação nesta.
A t-shirt e as calças de um jovem soldado estão tingidas de sangue e a t-shirt apresenta ainda um buraco resultante de um tiro. O vermelho do sangue assume preponderância nesta construção imagética, remetendo para a violência, a agressividade e o poder. Ao substituí-lo a imagem perde toda a carga simbólica intrínseca. O azul escuro, conotado com a tibiez, a falta de coragem ou a monotonia vem alterar profundamente a mensagem.
Também as calças, agora pinceladas de verde, rosa e vermelho, deixam de ter o padrão próprio do serviço militar para possuir uma mescla de tons coloridos e irreverentes, próprios da juventude. Um conjunto que em nada aponta para a mensagem inicial, mas para um look descontraído, marcado pelo colorido e pela mistura alegre de tons.
A última alteração foi feita na cor do logótipo da Benetton. O rectângulo verde característico da marca foi substituído pelo cinza que faz com que este não seja imediatamente reconhecido.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
domingo, 17 de abril de 2011
Psicologia da Cor
Le rouge agit intérieurement comme une couleur très vivante. Il brûle mais plutôt en soi-même.
Le bleu développe un mouvement concentrique (comme un escargot qui se recroqueville dans sa coquille) et s’éloigne de l’homme.
Le jaune irradie, prend un mouvement excentrique et se rapproche presque visiblement de l’observateur." (KANDINSKY, 1989)
Na realidade, outro aspecto importante, ainda não totalmente esclarecido pela ciência, refere-se às variações emocionais e pessoais da percepção das cores, como se apercebe Kandinsky. Sabe-se que pacientes no início de uma grave depressão descrevem com frequência uma sensação de obscurecimento visual, sendo provável que a percepção cromática possa estar associada ao estado emocional. Para estes pacientes foi criada uma terapêutica de luz baseada na cor, a cromoterapia (ZELANSKI, 2001).
Apesar do reconhecimento, ainda muito por investigar no domínio da influência que as cores provocam nas emoções humanas, não existe consenso entre os especialistas.
Conta-se que já nas civilizações egípcia, chinesa e indiana existiam “salas de cor”, onde se tratavam algumas doenças. Por exemplo, as afecções cutâneas e as febres eram curadas com exposição à luz azul índigo. Sabe-se ainda que algumas cores provocam reacções fisiológicas, como a cor vermelha que estimula a segregação glandular.
O investigador alemão Henner Ertel estudou os efeitos psicológicos do cromatismo ambiental nas escolas de Munique e concluiu que o amarelo, o verde amarelado, o laranja e o azul claro eram as cores que provocavam efeitos mais positivos nos alunos, elevando o seu coeficiente intelectual e tornando-os mais alegres e sociáveis, em oposição aos ambientes revestidos de cor branca, acastanhada e preta (ZELANSKI, 2001).
Terão as cores o mesmo significado para todas as culturas?
Este significado será invariável no tempo?
O que simbolizam as cores?
“(…) Color vision seems, to those who have it, so simple and direct that it needs for them no explanation. It is only when confronted with phenomena like those just discussed that one realizes that the eye is not simply like a camera. We tend to see something that approximates reality, but a “reality” that is constructed by our visual systems. For example, objects tend to appear almost the same color under very different illuminations. The same mechanisms which allows us to maintain a reasonably constant picture of the world are responsible for optical illusions. Both reality and illusions are manifestations of the lawful processes of our visual systems. The illusions are the more instructive since they often make it clear where the holes in our understanding are. As Kurt Koffka (1935) has pointed out, the problem in understanding perception is not why do things look as they are, but why do things look as they do (...).”
(KRAUSKOPF, 1998: p. 120)
Como escreve Krauskoff a realidade e a ilusão são as faces da mesma moeda que é o sistema visual e são responsáveis pela compreensão e transformação do mundo.
O simbolismo cromático também é um dos aspectos a considerar no panorama psicológico da cor. Por exemplo, a cor amarela veio a decrescer de importância ao longo da história, começando na Grécia e Roma Imperial a estar associada ao prestígio do poder político e religioso para, na Idade Média, ser a cor dos excluídos, com que se pintavam as casas dos traidores e criminosos. Na história recente, do século XX, no período das Grandes Guerras, a cor amarela era atribuída ao povo judaico (PASTOUREAU, 1997).
Cada cultura apropria-se da cor de forma variável. Por exemplo, no luto dos países ocidentais, o preto é a cor utilizada pelos parentes do falecido, enquanto nos países orientais, como a China e a Índia, o branco é a cor usada na cerimónia fúnebre, por estar associada à paz.
Fontes:
sábado, 16 de abril de 2011
Fisiologia da Cor
Os 120.000.000 bastonetes que formam a camada da retina de um olho permitem, com pouca luz, distinguir as formas sem definição das suas cores. Os 5.000.000 cones contêm três tipos diferenciados de pigmentos sensíveis à luz para perceberem os comprimentos de ondas electromagnéticas largos (gama dos vermelhos), médios (gama dos verdes) e curtos (gama dos azuis/violeta), necessitando de maior quantidade de luz para a percepção das tonalidades. É por isso que na ausência de luz não possuímos sensações cromáticas porque os cones necessitam dela
para operarem (ZUPPIROLI, 2001).
Fonte: ZUPPIROLI, 2001
Foi o físico inglês Thomas Young que em 1801, na obra “On the Theory of Light and Colours”, avançou com a teoria tricromática em que todas as sensações de cor eram formadas pela reacção dos três comprimentos de ondas electromagnéticas presentes nos cones, teoria esta desenvolvida pelo físico alemão Herman von Helmholtz (Handbook of Physiological Optics, 1856/66) e enunciada pelo cientista James Maxwell.
Corte do olho humano - Thomas Young Traité de Philosophie Naturelle
Fonte: ZUPPIROLI, 2001
Na presença da luz os pigmentos sensíveis dos dois elementos, acima referidos, bastonetes e cones, transmitem mensagens electroquímicas, através do nervo óptico, para o córtex visual do cérebro que converte em imagens com forma, volume, escala, cor, etc.
No caso da leitura cromática, as células ditas ganglionárias associadas aos cones, criam impulsos de frequências variadas na visão, discriminando eficazmente o vermelho do verde, o azul do amarelo e o branco do negro, inibindo um e activando outro. A cor violeta, por exemplo, surge da activação lumínica dos cones vermelhos e inibição dos verdes em conjunto com a activação dos azuis por inibição dos amarelos. Por isso, na percepção cromática não existe a cor vermelha-esverdeada nem a cor amarela-azulada (KRAUSKOPF, 1998).
Estudos elaborados pelos neurofisiologistas David Hubel (Anatomy and Physiology of a Color System in the Primate Visual Cortex, 1984) e Semir Zeki (Inner Vision, 1999) sobre o córtex visual do cérebro trouxeram contributos importantes no campo científico para a compreensão da especialização funcional das partes que compõem o cérebro no tratamento da informação visual.
Em experiências feitas por Edwin Land (The Retinex Theory of Color Vision, 1977) verificou-se a existência de mecanismos no cérebro humano que operam de maneira diferente de uma máquina fotográfica que necessita de filmes ou filtros especiais para registar a mesma cor ao longo do dia, ao contrário da visão humana que consegue ver a mesma cor num edifício, independentemente da variação lumínica, por exemplo, pela manhã e ao fim da tarde. A esta constância cromática, Land associou o resultado de actuação conjunta entre o aparato perceptivo do córtex visual do cérebro e os fotoreceptores da retina do olho (NASSAU, 1998).
Para compreender na sua totalidade a cor, é importante conhecer a influência psicológica que esta exerce no comportamento do indivíduo, o que a seguir se descreve.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
A Cor - Take II
As cores só existem se três componentes estiverem presentes: um observador, um objecto e luz. Apesar da luz branca ser normalmente encarada como "sem cor", na realidade ela contém todas as cores do espectro visível. Quando a luz branca atinge um objecto ele absorve algumas cores e reflecte outras; somente as cores reflectidas contribuem para a interpretação da cor feita pelo observador.
Um físico refere-se à cor como um fenómeno de impressão procedente da luz solar, que incide sobre a natureza das formas estimulando a visão humana, através de uma série de elementos energéticos que viajam em forma de ondas electromagnéticas (reflectidas, refractadas, difundidas, etc.).
A compreensão do significado físico da cor é iniciada com as investigações de Isaac Newton (1642-1727), físico e matemático inglês que, com um prisma óptico, analisou o espectro visível da luz solar, e detectou o fenómeno de refracção da luz, demonstrando por decomposição que esta é formada por um conjunto de radiações visíveis que vão do vermelho ao violeta (as mesmas que se podem ver no arco-íris).
O espectro visível da luz é o nome atribuído à gama de comprimentos de onda de energia irradiada pela luz que o olho humano pode distinguir e a expressão quantitativa destes comprimentos de onda é medida através de nanómetros. Como exemplo, à cor vermelha, corresponde um comprimento de onda entre 610 e 760 nm (NASSAU, 1998).
Relativamente aos pigmentos coloridos dos objectos, as cores actuam de forma diferente das cores dos feixes de luz, uma vez que a matéria colorida da superfície onde a luz incide absorve certos comprimentos de onda e reflecte outros. Os comprimentos de onda reflectidos nos objectos formam as cores observadas destes objectos.
Cor-luz e Cor-pigmento
Ao falarmos de cores, temos que diferenciar duas linhas de pensamento distintas: a cor-luz e a cor-pigmento.
A cor-luz, baseia-se nas emissões da luz solar e pode ser vista percebida através dos raios luminosos e da sua decomposição através dum prisma.
A cor-pigmento refere-se a substância usada para imitar os fenómenos da cor-luz. Estas cores podem ser extraídas da natureza, de materiais de origem vegetal, animal ou mineral, como resultado de processos de processos industriais, que dão origens aos pigmentos.
A síntese aditiva (cor-luz)
A experiência de Newton com dois prismas é um exemplo de soma de cores. As cores componentes, somadas no segundo prisma, reproduzem a luz branca.
A síntese aditiva da cor possui como cores primárias o vermelho, o verde e o azul (Red, Green e Blue, RGB). Essas cores são primárias, pois são aquelas que os nossos olhos “percebem”. É a partir delas que todas as outras são formadas.
Nesse sistema a mistura de duas cores resulta sempre numa cor-luz. Quando se misturam as três cores primárias em intensidade máxima, alcança-se o branco.
Esse sistema chama-se aditivo, pois as cores formam-se através de soma de luz, por isso o resultado da soma das cores é o branco.
Quando se mistura duas cores primárias, obtém-se uma cor secundária. Na síntese aditiva de cor os tons secundários são o ciano (azul + verde), amarelo (vermelho + verde ) e magenta (azul + vermelho).
A composição por RGB é utilizada em aparelhos emissores de luz, como por exemplo os televisores, projectores e monitores.
A síntese subtractiva (cor-pigmento)
Subtrair cores consiste em eliminar uma ou mais dos componentes da luz. Por exemplo, misturar tintas
equivale a subtrair cores. Desde pequenos que sabemos que a tinta azul misturada com tinta amarela dá tinta verde. O que acontece é que os pigmentos da tinta azul absorvem as componentes do lado vermelho e os pigmentos da tinta amarela absorvem as componentes do lado azul. Sobram os componentes intermediários, isto é, o verde.
A síntese subtractiva baseia-se em quatro cores pigmento principais, responsáveis por subtrair as três luzes do sistema RGB, são elas: o ciano, o magenta, o amarelo que juntos resultam na cor preta, e o próprio preto (CMYK: cyan, magenta, yellow, black)
Utilizando percentagens dessa quadricromia, obtemos uma vasta gama de tons e cores.
Este é o sistema utilizado nos sistemas de impressão, pois utiliza pigmento e não luz.
Cores complementares
As cores complementares são as que oferecem as melhores combinações e são obtidas pela observação das cores opostas no circulo cromático. São as que estão “diametralmente opostas”. A cor complementar de uma cor primária é a que resulta da mistura das outras duas cores primárias.
As cores análogas são interessantes se pretendermos criar um ambiente mais suave. As cores complementares são usadas para dar força e equilíbrio a um trabalho criando contrastes. Ressalta-se que as cores complementares são as que mais oferecem contrastes entre si.
Propriedades das cores
As variações existentes entre as cores estão associadas a três propriedades: a matiz, que corresponde à longitude de onda peculiar de uma cor; a saturação, que é a medida de pureza ou intensidade de uma cor e a luminosidade, que corresponde à graduação de claridade ou obscuridade de uma cor (ZELANSKI, 2001).
Matiz ou cor
É o que distingue uma cor da outra. É o nome genérico da cor. É a característica qualitativa de uma cor, que se especifica com os termos azul, vermelho, verde, amarelo, etc. Esse conceito é ligado directamente ao comprimento de onda de cada radiação.
Um único matiz tem muitas variações da sua cor pura, desde as mais claras às mais escuras.
Saturação
A saturação de uma cor é o seu grau de pureza. Uma cor é tanto mais saturada quanto menor for o seu conteúdo de branco ou cinza. As cores da natureza são sempre mais ou menos saturadas. As cores mais saturadas são aquelas que não são originárias de pigmentos, mas sim de fenómenos interferenciais.
Luminosidade
A intensidade ou luminosidade de uma cor é a característica que faz com que ela apareça mais clara do que uma outra, independente da sua saturação.
O psicólogo alemão Wundt estabeleceu a divisão fundamental das cores em quente e frias.
As cores quentes são psicologicamente dinâmicas e estimulantes como a luz do sol e o fogo. Sugerem vitalidade, alegria, excitação e movimento. As cores quentes parecem que avançam e que se aproximam.
As cores frias são calmantes, tranquilizantes, suaves e estáticas, como o gelo e a distância. As cores frias parecem que se retraem e que se afastam.
A temperatura das cores, designa a capacidade que as cores têm de parecer quentes ou frias e de transmitir sentimentos ao observador.
Quando se divide um disco cromático ao meio com uma linha vertical cortando o amarelo e o violeta, percebemos dois blocos correspondentes às cores frias e as cores quentes.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Flicts
não tinha a imensidão do Amarelo
nem a paz que tem o Azul
Era apenas o frágil e feio e aflito Flicts”.
Flicts é uma cor de que ninguém gosta, ninguém lê, da qual ninguém se lembra. Até que, fugindo dos seres humanos, ela vai até a Lua, e descobre que a cor da Lua é Flicts!
O professor mostrou este livro na aula, a propósito da proposta da Cor.
É simplesmente fantástico!